quinta-feira, 19 de junho de 2008

Na casa dos milagres...

Acordei com um gosto amargo na boca. Mas, ora essa, essa era a hora de acordar. Mesmo de cabeça e coração cheios, a minha vida não iria parar.
Levantei, me arrumei, mas não sabia direito aonde ir. E me dei o direito de não saber disso. Deixei que o vento me levasse, que a música tranquila que ecoava pela casa da vizinha ditassem a trajetória de meus passos.
Mas meu humano falou mais forte e lágrimas teimosas queriam rolar por minha face. Mas as forcei a ficar lá. Eu só queria caminhar. Não sei como, não me pergunte, meu caminho se deu numa placa "Casa dos Milagres". "Milagres", pensei. Palavra forte...
Entrei, atraída pelo impacto que a palavra me trouxera. Foi minha primeira parada na minha caminhada sem destino certo. Na sala, uma mulher me recepcionou. Era bonita, de face limpa e se apresentou como Maria, a zeladora da casa. Sua voz calma e seus gestos me transmitiam a doçura de uma mãe.
"Que bom que vc chegou", disse ela. "O dono da casa mandou dizer que vc ficasse à vontade."
A casa dos milagres era pequena, mas aconchegante. Tinha pouca mobilia, uma janela bem grande e uma música instrumental ao fundo. A paz reinava naquele lugar.
Tomada por essa paz, as lágrimas teimosas queriam voltar. O engraçado é que não era mais a angústia. Era simplesmente a sensação de paz que tomava conta do meu coração.
Meus pensamentos foram interrompidos pela doce voz da mulher, "O dono da casa mandou entregar este presente. Pediu que vc não esperasse muito para abrir", disse, entregando-me uma caixa de madeira.
Imaginei mil coisas, lembrei de mil dias, mil faces e mil fases, as mãos tremiam ao pegar a caixa. Ao abrir a tampa, um perfume raro invadiu todo o ambiente. Tirei de lá um anel, de pedra fogo, que me lembrou os aplausos que recebi ao ganhar minha nota máxima. Não me contive, as teimosas já estavam em meu rosto. Peguei um par de sapatilhas, e um belo passo de dança era mostrado no palco. Dentro da caixa também tinha duas fotos. Numa eu estava no carro, feliz da vida, pronta para o meu primeiro passeio. Na outra, eu estava com meus melhores amigos, aqueles realmente do peito, tão lindos e risonhos, numa comemoração. Na caixa, também tinha uma cruz, que me remeteu a tantos acontecimentos meus. Respirei fundo, continuei a vasculhar meu presente. Encontrei alguns lápis e papéis de carta meio rabiscados, nas minhas cores prediletas."Mas como pode?! Como tem tudo isso nessa caixa?!", me perguntei, olhando pra cima, sem conseguir mais controlar minha emoção. Catuquei no fundo da caixa, pois um papelucho brilhante me chamou atenção no meio daquilo tudo. Peguei e entendi o porquê de minha chegada até ali: "Espanta-te com o que vês? Tem tantas coisas tuas nessa caixa não é? Vc se lembra das noites de choro, das alegrias, das orações, de todas as nossas partilhas? Eu as guardo não só em meu coração, mas também aqui nessa caixa. Sabia que tu virias aqui e pedi que te entregassem junto com este bilhete. Só que quero lembres que o meu AMOR É INCONDICIONAL por vc e que minhas promessas de GRANDE FELICIDADE serão cumpridas. Ass.: Teu pai."
Olhei, espantada para a zeladora Maria. Ela sorriu e disse apenas: "Meu filho é perfeito e fiel".


Gosto muito de vc. Apesar da distância das nossas vidas, vc é um dos meus exemplos de vida.
Você é um anjo. Quero estar bem pertinho, para aplaudir mais e mais feitos maravilhos que Deus fará em sua vida.
Vc é uma vitoriosa!"




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