sábado, 1 de março de 2014

Não tenho palavras, mas me escute!

Oi, Pessoa.
Eu não falo.
Não tenho palavras, mas me escute!
Posso externar todo o meu amor, carinho, companheirismo, com meus latidos e abanando meu rabo toda vez que eu te ver, pois aprendi a te amar nos pequenos gestos, naquele seu afago às 6 da manhã e as 6

da tarde. Queria adivinhar teus pensamentos, gritar bem "Te amo!", mas sou tão bom em aguçar seus outros sentidos, que meu "Au-Au!" já exprime todo o meu sentimento. Sou um conquistador, reconheço.
Eu não falo!
Não tenho palavras, então me sinta!
Não posso externar com palavras toda a minha dor, minha febre de 40,3ºC, meu sangue pelo nariz e todas as fraquezas do meu corpo. Minha cela está tão triste, tem algo escorrendo pelo meu nariz, meus donos me chamam e eu quero sair! Estou gritando! Alguém me escute! Eu ainda não morri! Meu dono não desistirá de mim! E nem eu dele! Eu vou lutar até o fim! Ainda tenho que latir muito e espantar as visitas que chegarem na casa achando que podem reinar além de mim.
Me espera, amor, que eu tô voltando...