domingo, 29 de março de 2009

Tem dores espalhadas pelos porões
Nobres porões da minha casa
Ócio, a destruição, incenso e umas poucas palavras,
Nada, nada se parece com o que eu procurava

Subo e penso,
Desço e repenso,
E as dores estão lá, zombeteiras
A grafitar a parede do meu porão

Ah, malditas.
Malditas sejam as tuas tintas
Tinto é o sangue que escorre pelas vias
Tintando o porão da minha casa

Fecho a porta,
Trancadas sejam as sombras agora
Mas, Deus, perdi o segredo!
A grafitar, malditas zombeteiras

E tudo parece tão velho
E quero olhar para trás
Eu não posso, tintar o que está já rubro
Que me resta: Lágrimas ou prumo?

Permita-me não entender nada
Que meu sangue tinta
Que as sombras malditas tintam
Que o ócio e desconsolo imprimam

E eis, que adormeço
Tanto que o sangue tintou
Amanhã verei (?)
Em quantas tintas meu porão se transformou